segunda-feira, 9 de junho de 2014

Nas artes marciais, o cérebro é mais relevante que músculos?

Pesquisa recente mostra que o segredo de quem é graduado com a faixa preta não está na potência muscular, mas na capacidade de coordenar a velocidade máxima do ombro e do punho mediadas pelo cérebro.
Lutadores mais experientes apresentaram mudanças em sua estrutura cerebral. O poder cerebral, e não a força/potência muscular isoladas, pode explicar o fato de os especialistas em karatê conseguirem aplicar mais velocidade nos golpes. Segundo afirmaram os cientistas que realizaram o estudo (Roberts, E. et al, 2012), anos de treinamento em artes marciais alteram o cérebro.
Compararam golpes curtos aplicados por dez faixas pretas de Karatê com os golpes de 12 iniciantes, e descobriram que o segredo dos lutadores mais experientes estava na capacidade de coordenar a velocidade máxima do ombro e do punho. Essa interação permitia maior aceleração e impacto do golpe: “Os faixas preta de Karatê conseguiram aplicar seus golpes com um nível de coordenação que os iniciantes são incapazes de realizar”, afirmou Roberts, professor do Departamento de Medicina do Imperial College de Londres.
Os cientistas escanearam os cérebros dos dois grupos e descobriram que aqueles que realizavam golpes mais fortes apresentavam mudanças na estrutura da substância branca, que transmite sinais entre as regiões cerebrais de processamento. Quanto mais prolongado for o treinamento, maiores são as mudanças cerebrais.
Concluíram que a sintonia das conexões neurais no cerebelo, região que controla a coordenação motora, permite sincronizar os movimentos do braço e do tórax de forma muito precisa. Também descobriram que a coordenação motora, tempo de experiência em artes marciais e a idade de início do treinamento influenciavam nas mudanças da estrutura da matéria branca dessa região cerebral dos lutadores.

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